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Lugar Nenhum

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Mensagem por Leishuck Norris Qui Set 03, 2015 11:17 pm

Lugar Nenhum

"Barraquinhas coloridas salpicavam o capim, e criaturas de todas as descrições possíveis passeavam por entre elas. Mesas cobertas de objetos, elfos com placas penduradas no corpo anunciando artigos e goblins carregando bandejas cheias de objetos estranhos: tudo competia pela atenção dos frequentadores. Mesas de piqueniques rústicas estavam armadas, e uma grande churrasqueira cavada no chão emitia enormes nuvens de fumaça com um cheiro delicioso. Atendentes, com delicadas asas transparentes, iam com pressa de um cliente a outro, enchendo e completando copos com líquidos coloridos."
(Neil Gaiman)

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A escuridão da noite tomara todo o bosque e para dificultar um pouco mais as coisas, ainda estava nublado, o que bloqueava a iluminação natural que a lua cheia poderia oferecer. Duas pessoas caminhavam em meio à floresta, seguindo uma trilha apenas com um facho de lanterna iluminando o caminho. Um deles quebrou o silêncio:

— Não é bem medo. Entenda... O Otori Ennichi não foi feito para os youkais. Tudo bem, nós temos liberdade de dar uma olhada nele, em seus produtos e até de comprar alguns, mas somos apenas convidados tolerados lá. Não os principais clientes... Se fosse um mercado youkai, eu me preocuparia menos. A gente pode até não confiar nos outros youkais, mas pelo menos sabemos como eles pensam... Já os Chikushous... Cara, a gente não consegue nem entender o por que eles realmente fazem o que fazem. E as opiniões deles sobre nós, youkais, são muito ambivalentes. Já ouvi muita história de mercadores que após comercializarem com youkais correram pra avisar o Daimyo daquele youkai a localização exata do fugitivo...

— São apenas rumores. — respondeu a outra voz. — As pessoas tendem a temer aquilo que não compreendem. E venhamos e convenhamos, há muita coisa que não conseguimos entender do mundo youkai.

— Já te disse que não é medo. A sensação que tenho ao lidar com Otori Ennichi é a de uma criança brincando com uma tábua de ouija. Até é interessante, divertido, exótico. Mas, às vezes, a coisa pode ficar bem séria e quando isso acontece, não há escapatória.

— Veja, ali. A lanterna vermelha pendurada no poste ao lado da árvore. Se a indicação estiver certa, a passagem fica entre a árvore e o poste. Vamos!

Os dois avançaram na direção da lanterna. Contemplaram a lanterna, feita de papel de seda e com uma chama acesa em seu interior, balançando levemente devido ao vento. Sem hesitar, o que ia à frente prosseguiu pelo caminho, desaparecendo em meio à penumbra. O segundo, hesitou, mas respirou fundo e seguiu pelo caminho, desaparecendo também pela penumbra. Não iria abandonar o amigo, mesmo que continuasse achando que aquilo iria resultar em um problema sério...


À sombra da lua, sob um viaduto abandonado numa região perigosa da cidade, os seres feéricos se reúnem para vender suas mercadorias. Quando a noite do Sabá manda os mortais para casa e para a cama, as criaturas do Senkaimon abrem suas lojas nas praças escuras dos Shopping Center mais próximos. À luz intensa do meio-dia, a trilha entre duas sorveiras-bravas do parque levam você a um Yashiki no Senkaimon onde sonhos que você já esqueceu irão lhe vender aquilo que seu coração desejar. Desde Mi Otori a Kidôs proibidos, Doki arcanos e crianças humanas por batizar, pode-se encontrar qualquer coisa no Otori Ennichi. A única pergunta é: você estará disposto a pagar o que o mercador pedir?

O Festival Sobrenatural

O Otori Ennichi é, ao mesmo tempo, um local e um evento, uma espécie de mercado negro para os youkais, onde eles podem adquirir artigos raros, exóticos e místicos. Praticamente todas as Teikoku apresentam um Otori Ennichi relativamente frequente (“permanente” seria uma denominação equivocada e da pior espécie para as transações dos youkais), quer as Kyuutei admitam isso ou não. Nas poucas Teikoku que não têm um Otori Ennichi, não faltam feiras itinerantes que vão de cidade em cidade pelos caminhos pouco frequentados e traiçoeiros do Senkaimon. Os Otori Ennichi assumem muitas formas: alguns lembram os souks do Oriente Médio; outros, as praças do mercado das vilas tradicionais europeias; outros ainda, principalmente os Otori Ennichi itinerantes, lembram a imagem arquetípica de um acampamento cigano ou da carroça de um funileiro ambulante. Seja qual for sua aparência real, os Otori Ennichi costumam ser arcaicos: até mesmo aqueles que se instalam em bairros comerciais contemporâneos parecem anacrônicos e fora de lugar, com quiosques de madeira e pregoeiros vigorosos dividindo o espaço com as máquinas de cartão de crédito e as registradoras eletrônicas.

Quando e Onde

Assim como muitos aspectos da sociedade youkai, os Otori Ennichi são regidos pelo Hanchuu e se dedicam aos conceitos de sorte e tempo. À semelhança das aglomerações encantadas nas antigas histórias folclóricas, o Otori Ennichi só ocorre em determinados momentos e locais. Na hora certa, qualquer youkai (e até mesmo um ou dois mortais desafortunados de quando em quando) conseguirá entrar. Na hora errada, é como se o Otori Ennichi nunca tivesse existido. Corre à boca pequena entre alguns youkais que seria isso mesmo: quando chega a hora, o Hanchuu se alinha e o Otori Ennichi passa a existir. De fato, será como se sempre tivesse existido. Quando a lua troca de fase ou mudam as estações, o Otori Ennichi some e é como se nunca tivesse estado ali. Isso talvez explique por que um Otori Ennichi não deixa o menor indício de sua presença, mas dificilmente explica como é possível alguém comprar uma coisa a um mercador que nunca a vendeu numa feira que não existe. Os youkais afeitos à lógica ao levam a teoria em conta nesses casos, ao passo que outros simplesmente dão de ombros e aceitam o paradoxo como uma parte essencial da vida youkai.

A periodicidade de um Otori Ennichi geralmente está mais ou menos ligada ao seu tamanho. Os Otori Ennichi menores muitas vezes ocorrem semanalmente ou a cada quinze dias, ao passo que os maiores seguem o ciclo lunar ou o andar das estações, aparecendo uma vez por mês ou uma vez por ano.  Esses Otori Ennichi maiores costumam atrair peregrinos de outras Teikoku próximos aos locais do Otori Ennichi. Um Otori Ennichi pode durar até uma semana, mas nunca menos de meio dia (em geral, do crepúsculo à aurora). Existes Otori Ennichi diurnos, mas a grande maioria ocorre durante o crepúsculo ou à noite. Até mesmo os diurnos costumam acontecer em recintos fechados ou num local protegido da luz do sol.

A localização exata de um Otori Ennichi pode variar bastante de uma Teikoku para outra, mas a maioria se dá em lugares semelhantes: áreas desoladas, esparsamente povoadas, onde é improvável os mortais passarem por acaso. As fronteiras são particularmente populares, tanto no sentido literal (vias que dividem distritos, limites estaduais, etc.) quanto no metafórico (a orla de uma floresta, o litoral ou a divisa entre dois bairros). O Otori Ennichi propriamente dito costuma ficar escondido, enfiado debaixo de um viaduto abandonado ou num bosque denso. Ali, no escuro, à luz de velas, cadavéricas e fogos-fátuos, os mercadores se instalam.

Muitos Otori Ennichi não existem de fato no Nigenkai e, em vez disso, ocorrem em Yashiki no próprio Senkaimon. Esses Otori Ennichi muitas vezes são mais fantásticos, parecem estar no leito do oceano ou nos galhos de uma árvore de altura impossível, entre outras coisas. Os Otori Ennichi do Senkaimon, como às vezes são chamados, são objetos de pavor e fascínio para muitos youkais, pois, se muitos dos artigos mais raros e potentes não são encontrados nos mercados comuns, a crença popular entre os youkais é de que os Kamis frequentam – ou pelo menos prestigiam de vez em quando – os Otori Ennichi do Senkaimon, em busca de artigos exóticos e raros do Nigenkai ou das almas de youkais extraviados que eles possam raptar ou levar de volta para o Makai.

Como e Por Quê

Os Otori Ennichi, como regra geral, não chamam a atenção. Há boatos nas cidades maiores a respeito de Otori Ennichi que ocorrem ao ar livre, disfarçados como feiras comuns ou escondidos em meio a atrações do Nigenkai – como o Tanabata Matsuri ou o Awa Odori, eventos tradicionais do Japão. Entretanto, tais lugares, se realmente existem, são exceções à regra. A maioria dos Otori Ennichi se esconde em locais obscuros ou dentro do Senkaimon, precisamente para reduzir ao máximo o número de visitantes indesejados. Os youkais geralmente são bem-vindos, nem que seja com relutância, mas os Otori Ennichi acessíveis demais têm a tendência aflitiva de atrair mortais curiosos ou, pior ainda, outras criaturas que habitam as sombras do Senkaimon.

A localização do Otori Ennichi mais destacado na vizinhança de uma Teikoku (que pode ser o único dependendo do tamanho e e da população da Teikoku) geralmente é bem conhecida pelos youkais mais experientes dos arredores, mas, mesmo assim, existem certos sinais que um youkai atento pode procurar para descobrir o local e o horário de um Otori Ennichi. Os sinais não precisam ser visuais: o perfume repentino de flores de cerejeira, o excerto de uma música estranha trazida pela brisa, ou a sensação de calafrios, um arrepio súbito na pele, também podem dar a dica. No caso dos Otori Ennichi menores ou itinerantes, ou dos youkais que evitam interagir de uma maneira geral com a sociedade de uma Teikoku, esses sinais podem ser a única maneira de localizar um Otori Ennichi.

No entanto, mesmo depois de encontrar um Otori Ennichi, pode ser difícil entrar nele de fato. Os Otori Ennichi que existem inteiramente no Nigenkai costumam ser guardados por Chikushous enormes e fortes que determinam quem tem ou não permissão para entrar. Os Otori Ennichi do Senkaimon podem impor condições mais exotéricas. Pode ser que o visitante tenha de entrar numa caverna profunda e tocar três vezes o sino que encontrar lá, ou talvez tenha de recitar um mantra antes de entrar num anel de cogumelos. Boatos tenebrosos falam de Otori Ennichi que vendem mercadorias particularmente sinistras e só se tornam acessíveis depois da celebração de um ritual envolvendo sacrifício humano numa noite de lua nova, mas onde encontrar um Otori Ennichi como esse é motivo de conjecturas.

Um mistério ainda maior, pelo menos para grande parte dos youkais, é por que esses Otori Ennichi existem para começo de conversa. O que dá nessas criaturas para se reunirem numa imitação tão estranha do mercantilismo? Seria o capitalismo algo tão universal assim? As respostas não são claras, mas existem muitas teorias. Alguns youkais acreditam que seja uma simples questão de sobrevivência: os chikushous e as criaturas do Yomi que trabalham nos Otori Ennichi precisam de Chi para se sustentar, e as trocas, compras e vendas funcionam como uma espécie de promessa entre o comprador e o vendedor, fornecendo Chi ao mercador da mesma maneira que um pires de leite alimentaria o youkai que ajuda a consertar os sapatos. A aglomeração nos Otori Ennichi estimula as “presas” a sair à procura dos mercadores, que assim são supridos por um bufê self-service de Chi. Outros especulam que as criaturas do Senkaimon, na verdade, são muito mais inteligentes e sociáveis do que crê a maioria dos youkais e que os Otori Ennichi são simplesmente o único aspecto dessa sociedade que os youkais costumam encontrar. Os Darkstalkers têm acesso aos Otori Ennichi por causa dos recursos que eles fornecem, mas não são bem-vindos nos povoados e distritos onde vivem os Chikushous. Outros ainda alegam que todo o conceito de Otori Ennichi é uma armadilha elaborada, projetada pelos Kamis para apanhar seus escravos perdidos. Por esse ponto de vista, que é especialmente comum entre os elementos mais paranoicos da sociedade youkai, os “mercadores” do Otori Ennichi são, na verdade, os servos leais dos Kamis, e as mercadorias colocadas à venda são arapucas açucaradas armadas para atrais e capturar youkais incautos.

Quem e O Quê

Muitos youkais, ao ouvir falar dos Otori Ennichi pela primeira vez, supõem que sejam pouco mais que um cenário formal para os bandos locais se reunirem, comprarem, venderem e trocarem. Sem dúvida alguma, a expressão mercado utilizada para o Otori Ennichi é uma afetação, mera figura de linguagem para fazer a coisa toda parecer não tão grosseiramente comercial. Instantes depois de alguém botar os pés num Otori Ennichi, essas pressuposições se desfazem. Os mercadores que trabalham nas barracas não estão entre os rostos conhecidos das Kyuutei locais, e a maioria nem sequer se pode reconhecer como youkai. Chikushous e fragmentos de almas esquecidas ou partidas, criaturas do Senkaimon e, se é que se pode acreditar nos rumores, até mesmo um ou dois Kami exilados: são esses os fornecedores de bens de consumo no Otori Ennichi. Pessoas diminutas com cara de gato vendem asas de pombos amarradas com cordão, ao passo que criaturas nodosas e encaroçadas feito árvores vivas oferecem almas impenitentes dos mortais em seus galhos. Diabretes de causas peludas proporcionam instruções nas artes místicas e akumas enormes e desajeitados vendem doces de origem duvidosa. Alguns youkais escolhem a vida de mercador, preferindo isso a jurar lealdade a uma Kyuutei e a uma Teikoku, mas esses são indubitavelmente a minoria.

Apesar dos Otori Ennichi muitas vezes parecerem turbas desorganizadas de comerciantes que se reúnem mais por conveniência do que por qualquer outra coisa, pobre do youkai que tentar abrir uma loja no Otori Ennichi sem permissão. Os mercadores são, na verdade, trupes muito unidas, comprometidos uns com os outros e com seus Mercados por meio de juramentos e promessas, e detestam os intrometidos que tentam invadir sua praia. Os castigos que os goblins impõem a essas transgressões são lendários. Numa Teikoku em uma das ilhas do sul do Japão, um youkai apanhado tentando vender Mi Otori em um Otori Ennichi foi obrigado a comer todas as suas mercadorias até sofrer uma ruptura de estômago – que a magia das frutas cicatrizou no mesmo instante, de modo que o processo se repetiu várias vezes, até que todo o estoque do infeliz fosse consumido, quando então seu corpo inchado foi arrastado para a parte mais agreste do Senkaimon e abandonado à própria sorte.

Os comerciantes parecem ter um sentido extraordinário para detectar forasteiros tentando vender no Otori Ennichi. Estranhamente, parece que os Chikushous não se importa se os youkais conduzirem negócios entre eles mesmos em outro lugar, mesmo se concorrerem diretamente com o Otori Ennichi. O importante é que todos os vendedores de um Otori Ennichi estejam ligados ao Otori Ennichi e uns aos outros por meio das Genmans.

Como um youkai poderia participar de um Otori Ennichi e prestar juramento é um mistério: poucos Darkstalkers têm audácia suficiente para alegar conhecer o voto secreto dos mercadores, e um número ainda menor deles sabe realmente do que está falando. Dada a escassez de informações sobre o assunto, a maioria dos youkais desconfia de que o Genman envolva juramentos de confidencialidade e desligamento da sociedade Youkai, além dos votos de lealdade ao Otori Ennichi. Causa arrepios simplesmente pensar nos efeitos que um juramento como esse teria sobre a Lucidez de um youkai, e provavelmente essa é uma das razões para haver tão poucos youkais de verdade nos Otori Ennichi.

Apesar da imposição draconiana de exclusividade, não faltam aos Otori Ennichi produtos com os quais seduzir o youkai perspicaz. Até mesmo os Otori Ennichi menores oferecem um sortimento de Mi Otori e bagatelas variadas provenientes das imensidões selvagens do Senkaimon. Os maiores podem fornecer artigos ainda mais exóticos: matéria espiritual, onírica e/ou penhores, até mesmo artefatos oriundos do próprio Makai (mas por que um youkai ia querer um artefato como esse não deixa de ser uma pergunta intrigante). É óbvio que nenhum catálogo de artigos do Otori Ennichi poderia ser realmente abrangente, mas a lista a seguir traz algumas possibilidades para ajudar a fomentar as ideias.

Doki: Os artefatos impregnados com magia do Makai. Os Dokis à venda nos Otori Ennichi costumam ser aqueles que têm inconvenientes particularmente desagradáveis, mas o poder do artefato é proporcionalmente elevado. A Pata do Macaco, retirada do conto clássico a respeito do artefato que concede desejos a um preço terrível, é um exemplo excelente do tipo de coisa que geralmente é oferecido pelos mercadores. Não quer dizer que eles não vendam Dokis não tão poderosos ou não tão perigosos, eles simplesmente têm a tendência de ofertar seus itens mais potentes com mais liberalidade. Afinal de contas, quanto mais magnífico o Doki, maior o preço que ele alcançará, e se o inconveniente mais desagradável meter o novo proprietário do objeto em encrenca, bem, isso será perfeitamente condizente com a ideia de que os Chikushous são traiçoeiros.

Habilidades: Para aqueles que querem aprimorar seus talentos, mas não desejam passar um tempão treinando e estudando, às vezes é possível encontrar nos Otori Ennichi instrutores Chikushous capazes de conceder habilidades sobrenaturais em várias áreas. Ele torna desnecessário o tempo prático e o esforço para aprimorar uma Habilidade. É mais comum encontrar instrutores Chikushou para habilidades ocultistas, com armamento, de esportes, dos mais diversos ofícios e até habilidades sociais como a arte de socializar ou persuadir alguém – o tipo de habilidade cujo aprendizado é mais tradicional negociar com entidades sobrenaturais. Os instrutores Chikushou capazes de ensinar habilidades mais modernas como Ciências, Informática ou manuseio de Armas de Fogo são significativamente mais raros.

Kidô Otori: Para os youkais, aprender novos Kidôs é um processo difícil e que demanda muito tempo. Os Otori Ennichi sabem muito bem disso e ficam muito satisfeitos em oferecer seus serviços para acelerar o processo. O fato dos Kidôs Otori serem defeituosos por natureza e ter uma dificuldade associada a cada uso é algo que eles convenientemente omitem ao vender seu peixe. A maioria dos youkais aprende bem cedo a desconfiar de Chikushous que oferecem Kidôs, mas, às vezes, a necessidade supera o risco associado a um Kidô Otori (e, claro, existem sempre os youkais inexperientes que podem ser levados a pensar que estão fazendo um negócio da China).

Mi Otori: Talvez o artigo mais comum à venda num Otori Ennichi, ou pelo menos o que costuma ser mais útil para os youkais, sejam os Mi Otori. Sacas e cestos de todas as variedades destes frutos revestem as barracas, enquanto taverneiros, padeiros e cozinheiros das mais variadas descrições preparam um sortimento vertiginoso de pratos, usando os Mi Otori como ingredientes principais (os pratos terão os mesmos efeitos no jogo que o Mi Otori cru e serão descontados do número de Mi Otori que um personagem é capaz de carregar). Os youkais ajuizados certificam-se de que sabem exatamente o que desejam, ou então levam consigo um colega versado na botânica do Senkaimon, pois os mercadores raramente têm o escrúpulo de separar os frutos comestíveis dos venenos mais vis.

Mortais: Nem todos os mortais sequestrados pelos Kamis são levados para o Makai. Alguns mortais que entram por acaso no Senkaimon são atacados por mercadores oportunistas, acorrentados e arrastados para o Otori Ennichi, onde serão vendidos como escravos, sabe-se lá com que finalidade terrível. Esses escravos geralmente são encantados antes de serem colocados à venda, para que possam interagir melhor com seus mestres. Alguns youkais chegam realmente a adquirir escravos dessa maneira, mas a presença de um traficante de escravos em um Otori Ennichi tem a tendência de deixar os habitantes do lugar um pouco nervosos. Afinal de contas, o desejo dos Kami por homens, mulheres e crianças mortais – e a serventia que têm para eles – é muito maior do que o da maioria dos youkais, e nunca se sabe quando eles podem aparecer para dar uma olhada na mercadoria.

Outros Artigos: Apanhadores de sonhos feitos de seda de aranha e ossos de crianças. Lágrimas da lua num frasco de cristal. Doces e guloseimas, colares de asas de moscas e trajes feitos de teias pegajosas. Muitas das mercadorias oferecidas no Otori Ennichi são difíceis de descrever ou classificar, de natureza esotérica e cuja utilidade costuma ser questionada até que certos acontecimentos ponham em dúvida as certezas da pessoa.

O Preço

O youkai típico dificilmente ficaria surpreso ao saber que os comerciantes do Otori Ennichi não aceitam dinheiro, seja qual for a moeda mortal vigente. Mais surpreendente costuma ser o fato de que não parece haver lógica alguma no que os Otori Ennichi aceitam como pagamento. Pode ser que um youkai consiga adquirir um cálice cravado de pedras preciosas e de valor inestimável em troca de alguns cachos de cabelos dourados, ao passo que um outro talvez tenha de prometer um Doki raro e poderoso por um punhado de pedras mágicas. Às vezes, o preço nem sequer é um objeto real, e sim uma exigência metafísica, como uma recordação querida e anterior ao rapto do youkai ou a promessa de prestar um favor no futuro. É discutível o que os mercadores ganham com esses acordos: alguns Darkstalkers supõem que os valores pagos por ele são simplesmente negociados com outras entidades mais estranhas, ao passo que os paranoicos sugerem que todos os Otori Ennichi do mundo estão ligados aos Kami e que cada negócio fechado pelo youkai deixa o indivíduo – ou talvez todos os youkais – um passo mais perto de ser arrastado de volta ao Makai e agrilhoado com tamanha segurança que ele nunca mais conseguirá escapar novamente...

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